Sergipe deu um importante passo no setor de óleo e gás em abril, com o início do descomissionamento de plataformas fixas localizadas em águas rasas. As atividades começaram com a chegada da plataforma autoelevatória PA-38 à Bacia de Sergipe, contratada pela Petrobras para atuar no campo de Guaricema, situado a cerca de 9 km da costa sergipana.
O processo de descomissionamento envolve a retirada de instalações, a destinação adequada dos materiais utilizados e a recuperação ambiental das áreas onde funcionavam plataformas e poços. A ação integra o Programa de Descomissionamento de Instalações da Petrobras em Sergipe, que prevê investimentos de aproximadamente US$ 1,7 bilhão até 2029, dentro do Plano Estratégico e de Negócios da estatal para o período de 2025 a 2029.
A Bacia Sergipe-Alagoas é a segunda maior do país em volume de investimentos previstos para descomissionamento, somando R$ 8,9 bilhões, ficando atrás apenas da Bacia de Campos (RJ), que lidera com mais de R$ 30 bilhões. A Petrobras deve descomissionar 26 unidades de produção em Sergipe, o que pode abrir novas oportunidades para a economia local e impulsionar a cadeia de fornecedores da região.
Para o secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia (Sedetec), Valmor Barbosa, o momento é desafiador, mas promissor. “É um cenário novo, mas que trará bons frutos para Sergipe, com a atração de oportunidades e geração de ativos. Historicamente, nosso estado tem papel fundamental dentro da cadeia produtiva do petróleo e do gás no Brasil, e o descomissionamento representa mais uma etapa desse ciclo”, declarou.
Histórico do setor em Sergipe
A atuação da Petrobras em águas sergipanas começou em 1989, com a chegada da primeira plataforma móvel de perfuração construída no Brasil. O marco inicial da produção na plataforma continental brasileira aconteceu justamente no campo de Guaricema, consolidando a presença da estatal no litoral sergipano.
Desde então, foram instaladas 27 plataformas em águas rasas nos campos de Guaricema, Caioba, Camorim, Dourado e Robalo. Em 2020, a Petrobras anunciou o encerramento das operações nestas áreas, marcando o fim da exploração em águas rasas no estado.
Projeto Seap
Além do descomissionamento, Sergipe também se prepara para o futuro com o projeto Sergipe Águas Profundas (Seap), que promete transformar o cenário energético do estado. Em fase de contratação das unidades FPSO (Floating Production Storage and Offloading), a Petrobras prevê o início das operações para 2030. As plataformas terão capacidade para processar até 120 mil barris de petróleo por dia e 18 milhões de metros cúbicos de gás natural diariamente. O prazo para recebimento de propostas se encerra em 16 de junho de 2025.
Com esses avanços, Sergipe reafirma sua importância estratégica no mapa energético do Brasil, tanto no encerramento responsável das operações em águas rasas quanto na expansão para águas profundas.