O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, pediu demissão nesta sexta-feira (2), após se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto, em Brasília. A saída ocorre uma semana após a deflagração de uma operação da Polícia Federal que investiga fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Para ocupar o posto, o governo nomeou o ex-deputado federal Wolney Queiroz, atual secretário-executivo da pasta. A troca no comando será oficializada ainda hoje em edição extra do Diário Oficial da União.
Carlos Lupi, que também é presidente nacional do PDT, comunicou sua saída pelas redes sociais. “Tomo esta decisão com a certeza de que meu nome não foi citado em nenhum momento nas investigações em curso. Faço questão de destacar que todas as apurações foram apoiadas, desde o início, por todas as áreas da Previdência, por mim e pelos órgãos de controle do governo Lula”, escreveu.
A investigação da PF e da Controladoria-Geral da União (CGU) aponta um suposto esquema de descontos não autorizados de mensalidades associativas em benefícios do INSS. As irregularidades teriam movimentado cerca de R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024 e começaram ainda na gestão de Jair Bolsonaro. Após o início das apurações, o INSS suspendeu todos os descontos vinculados a entidades associativas.
A crise levou à exoneração do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, além do afastamento de quatro dirigentes da autarquia e de um policial federal. Pressionado, Lupi chegou a prestar esclarecimentos na Câmara dos Deputados, mas a permanência no cargo tornou-se insustentável.
Em seu comunicado, Lupi reforçou que continuará acompanhando o caso. “Espero que as investigações identifiquem os responsáveis e que todo e qualquer recurso desviado seja devolvido integralmente. Agradeço aos mais de 20 mil servidores do INSS e da Previdência que trabalham com dedicação pelo povo trabalhador.”
Na última quinta-feira (30), durante pronunciamento pelo Dia do Trabalhador, o presidente Lula prometeu ressarcimento aos prejudicados. A Advocacia-Geral da União (AGU) criou um grupo para buscar a reparação dos danos, com apoio da Dataprev e do novo presidente do INSS, nomeado nesta semana.