Durante a entrevista, Hegseth criticou o governo do ex-presidente democrata Barack Obama (2009-2017), acusando-o de ter permitido o avanço da China sobre os países latino-americanos. “É estratégico. O governo [Barack] Obama tirou os olhos da bola e deixou a China tomar toda a América do Sul e Central, com sua influência econômica e cultural, fazendo acordos com governos locais de infraestrutura ruim, vigilância e endividamento. O presidente Trump disse 'não mais'. Vamos recuperar o nosso quintal", afirmou o secretário.

Hegseth também afirmou que os EUA estão ajudando a “recuperar o Canal do Panamá da influência comunista chinesa”. A retomada do controle sobre o canal tem sido uma das bandeiras levantadas por Trump desde seu retorno à Casa Branca, em janeiro. Segundo ele, embora o canal esteja sob controle panamenho, na prática estaria sendo operado por interesses chineses — o que o governo do Panamá nega.

Um acordo anunciado na quinta-feira entre os Estados Unidos e o Panamá prevê o envio de tropas americanas para áreas de acesso e regiões adjacentes ao canal. O governo panamenho, por sua vez, nega que tenha autorizado a instalação de bases militares, tema sensível no país, já que remete à época em que os EUA mantinham forte presença militar ao redor do canal, antes de entregá-lo oficialmente ao Panamá em 31 de dezembro de 1999.

Apesar de mencionar a possibilidade de retomar o canal do Panamá, Trump não detalhou o que significaria essa “recuperação” nem descartou o uso da força, aumentando as tensões diplomáticas na região.