Sergipe perdeu, na manhã desta segunda-feira (5), um dos nomes mais emblemáticos da comunicação no Estado. Faleceu o jornalista e radialista Raymundo Luiz, aos 95 anos, deixando um legado marcante no rádio, na TV e na imprensa escrita sergipana.
Nascido em Aracaju, em 28 de setembro de 1929, Raymundo Luiz construiu uma trajetória admirável, marcada por talento, ética e compromisso com a informação. Antes do jornalismo, brilhou nos gramados como meio-campista dos clubes Cotinguiba, Sergipe e Itabaiana. Também foi bancário no Banco do Brasil, lotado em Itabaiana.
Seu início na imprensa foi quase por acaso, escrevendo para o jornal “Gazeta dos Esportes” da ACDS. A partir daí, iniciou uma carreira brilhante, passando pelos principais veículos do Estado: Diário de Aracaju, Jornal da Manhã, A Cruzada, Rádio Cultura, Rádio Jornal, TV Sergipe, TV Atalaia, além de ter implantado as emissoras TV Aperipê, TV Jornal e TV ALESE.
Na Rádio Cultura, revolucionou o jornalismo esportivo local ao criar uma equipe dedicada exclusivamente ao futebol sergipano, rompendo com a lógica de cobertura focada apenas nos grandes clubes do sul e sudeste. Seu comentário “Falando Francamente” se tornou marca registrada e ecoou por gerações.
Raymundo Luiz também foi reconhecido oficialmente por sua contribuição à comunicação e à cultura. Foi condecorado com a Medalha da Ordem Aperipê, Medalha Serigy e a Medalha do Mérito Parlamentar da Assembleia Legislativa de Sergipe.
Mesmo longe dos microfones, continuava escrevendo com brilho e lucidez no casarão onde viveu por décadas, na Avenida Barão de Maruim, ao lado de sua eterna companheira, Dona Lourdinha. Apaixonado por passarinhos, cultivava a vida simples com os mesmos valores que sempre imprimiu em sua profissão.
Sergipe se despede de uma voz eterna. Raymundo Luiz não apenas narrou a história — ele a escreveu com o coração, deixando um exemplo que inspira gerações.