A possível alteração da escala de trabalho 6×1 para 5×2 tem gerado intensos debates no cenário trabalhista brasileiro. A proposta busca reduzir a carga horária semanal e proporcionar mais qualidade de vida aos trabalhadores.
O que é a escala 6×1?
Na escala 6×1, o trabalhador atua seis dias por semana e descansa apenas um. A carga horária diária varia de 6 a 8 horas, totalizando entre 36 e 48 horas semanais. Esse modelo é predominante em setores que exigem funcionamento contínuo, como comércio, serviços e indústrias.
Propostas para mudança da escala
A revisão da escala 6×1 propõe modificar o artigo 7º da Constituição, que atualmente permite uma jornada semanal de até 44 horas. Se aprovada, a mudança poderá reduzir essa carga e garantir mais dias de descanso, modelo já adotado em alguns países.
A iniciativa divide opiniões. De um lado, trabalhadores e sindicatos defendem a melhoria na qualidade de vida e no bem-estar. Do outro, empresários temem aumento nos custos operacionais e impacto na produtividade.
A proposta de redução da jornada semanal para 40 horas é uma demanda antiga das centrais sindicais, especialmente em setores como supermercados, farmácias e shoppings, onde o regime 6×1 é predominante.
Impacto da mudança para os trabalhadores
Caso a escala 6×1 seja substituída pela 5×2, algumas mudanças podem ocorrer:
Mais dias de descanso: Redução do cansaço físico e mental.
Melhoria na qualidade de vida: Mais tempo para lazer e vida pessoal.
Aumento da produtividade: Funcionários mais descansados podem ser mais eficientes.
No entanto, a negociação entre empregadores e empregados será essencial para equilibrar as demandas do mercado com as necessidades dos trabalhadores.
Justificativa para o fim da escala 6×1
Um abaixo-assinado liderado pelo movimento VAT destaca que o regime 6×1 prejudica a saúde e o bem-estar dos trabalhadores. Segundo o grupo, a carga horária excessiva impacta diretamente na qualidade de vida e nas relações familiares.
O tiktoker Rick Azevedo, líder do movimento, criou um canal no Telegram para recolher depoimentos sobre abusos trabalhistas. Quando a petição contra o modelo 6×1 alcançou 800 mil assinaturas, o documento foi encaminhado ao Congresso Nacional, solicitando que a mudança fosse amplamente debatida.
A proposta mais radical sugere a substituição do modelo 6×1 por uma escala 4×3, ou seja, quatro dias de trabalho e três de folga, sem redução salarial.
Outros modelos de jornada já existentes
Além das escalas 6×1 e 5×2, outras variações são adotadas no Brasil:
Escala 4×4: Quatro dias de trabalho seguidos por quatro de folga.
Escala 12×36: Jornada de 12 horas de trabalho com 36 horas de descanso.
Cada modelo tem vantagens e desvantagens, dependendo da área de atuação e da regulamentação sindical.
O que esperar para o futuro?
A possível mudança na escala de trabalho reflete um movimento global pela flexibilização das jornadas. Propostas legislativas, como a PEC da deputada Erika Hilton, indicam que o tema será debatido no Congresso nos próximos meses.
Empregadores e empregados devem se manter atentos às discussões, garantindo que eventuais mudanças contemplem as necessidades de ambos os lados.