“Ele era meu filho, meu amigo, meu anjo. Um ser humano maravilhoso com a família, sempre disposto a ajudar os outros”, lembra Ester, emocionada. Igor, que trabalhava numa usina em Nossa Senhora das Dores (SE), morreu após seu carro ser atingido lateralmente por outro veículo, capotando várias vezes até ele ser lançado para fora. Não resistiu.

Enquanto trabalhava em casa naquele dia, Ester diz ter sentido um pressentimento forte. “Meu coração acelerou, levantei da máquina de costura e fui pintar o cabelo. Foi quando tudo começou a acontecer”, conta. Pouco tempo depois, recebeu a visita inesperada da sobrinha e, logo em seguida, da irmã — que confirmou o que seu coração já sabia.

Dados do Departamento Estadual de Trânsito de Sergipe (Detran/SE) revelam que só em 2024 foram registrados 1.689 acidentes, sendo 1.482 com vítimas fatais. Em 2025, até abril, já são 572 sinistros. As principais causas, segundo Glaukia Suiane Gomes Bezerra, da Gersitran, continuam sendo a velocidade e o consumo de álcool. As vítimas mais comuns são motociclistas, pedestres e ciclistas — 8 em cada 10 vítimas graves são homens de 18 a 50 anos.

“O condutor precisa estar atento às regras de trânsito, respeitar os limites de velocidade, não usar o celular e, principalmente, ser prudente. O Detran realiza ações como Blitz Educativas ao longo do ano para promover essa conscientização”, reforça Glaukia.

Apesar da dor, Ester deixa uma mensagem de fé: “A vida é passageira. Temos que amar intensamente quem está ao nosso lado. Eu sinto que Igor está bem, em um caminho de luz. Hoje ele é nosso anjo protetor.”

Que histórias como a de Igor não se repitam. Que o Maio Amarelo não seja só um mês, mas um compromisso diário com a vida.