A possível candidatura do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) à Presidência da República em 2026 tem causado forte irritação entre os principais líderes do Centrão, que já admitem buscar um nome alternativo caso o filho do ex-presidente insista em disputar o cargo.
Dos Estados Unidos, onde vive atualmente, Eduardo tem feito uma série de declarações políticas. Nos últimos dias, criticou o ministro Alexandre de Moraes, chamou-o de “tiranete de beira de estrada”, e reafirmou que assumirá a candidatura presidencial caso o pai, Jair Bolsonaro, não possa concorrer.
As falas foram mal recebidas por caciques partidários, que avaliam ser improvável uma candidatura viável do deputado, já que ele é indiciado pela Polícia Federal por coação da Justiça.
“Se a família Bolsonaro não aceitar Tarcísio [de Freitas], que é o nome com chances reais de vitória, ninguém vai embarcar num projeto apenas para preservar o espólio político do ex-presidente”, afirmou um importante articulador político.
Nos bastidores, o Centrão considera que a parceria com o bolsonarismo tem um limite e que não vale arriscar capital político em um projeto visto como inviável.
Atualmente, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), é o nome preferido do grupo para representar a direita moderada. No entanto, diante das tensões internas, Tarcísio tem evitado confrontos e reforçado publicamente o desejo de disputar apenas a reeleição estadual.
Com isso, cresce o espaço para o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), que tem buscado se consolidar como alternativa no campo da direita. Em uma pesquisa Quaest divulgada neste mês, Ratinho aparece com 32% das intenções de voto em um eventual segundo turno com Lula, que registra 44%.
Enquanto Bolsonaro tenta definir um herdeiro político — em meio à inelegibilidade e às condenações judiciais —, as divisões no campo conservador podem definir o rumo da disputa presidencial de 2026.
“Enquanto a velha política briga, a gente trabalha. O povo me paga para trabalhar, não para brigar”, escreveu Ratinho Júnior em uma rede social, em tom de crítica à polarização que domina o cenário nacional.