Obra iniciada há décadas segue se arrastando sem prazo definitivo de entrega; corte de R$ 1,4 bilhão no Ministério dos Transportes compromete promessas feitas pelo ministro Renan Filho
A duplicação da BR-101 no trecho Norte, que corta o estado de Sergipe, continua sendo um dos maiores símbolos do descaso do Governo Federal com a infraestrutura rodoviária da região. Iniciada ainda no governo Fernando Henrique Cardoso, a obra, que deveria ter sido concluída há muitos anos, corre agora o risco de sofrer novo atraso.
Na semana passada, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou o bloqueio de R$ 31,3 bilhões na execução orçamentária de 2025. Entre os cortes divulgados na última sexta-feira (30), o Ministério dos Transportes, comandado por Renan Filho, será impactado com uma redução de R$ 1,4 bilhão em seus recursos.
A medida coloca em xeque promessas recentes feitas pelo próprio ministro, que havia garantido a conclusão da duplicação da BR-101 Norte até o fim deste ano, além da entrega do projeto de duplicação da BR-235. O anúncio de novos cortes, em pleno período chuvoso, que já dificulta o avanço das obras, aumenta o pessimismo da população sergipana em relação à conclusão da tão esperada infraestrutura.
A obra da BR-101 Norte, que se estende de Aracaju até Propriá, está inacabada há mais de 17 anos, mesmo com o PT no poder durante a maior parte desse período. E, ao que tudo indica, com os cortes atuais, ela seguirá sendo uma promessa sem data para se tornar realidade.
Outro ponto que preocupa é o futuro do trecho Sul da BR-101, entre Estância e a divisa com a Bahia. Apesar de Renan Filho ter anunciado a publicação do edital para essa etapa, o novo cenário orçamentário impõe incertezas sobre a viabilidade da execução.
A frustração se soma à percepção de que a bancada federal sergipana segue omissa diante da falta de prioridade da União com a duplicação da rodovia. Enquanto isso, milhares de condutores e moradores continuam enfrentando os riscos e transtornos de uma estrada que deveria ser moderna e segura há décadas.