Para tentar frear a disparada dos preços dos alimentos, o governo federal anunciou a isenção do imposto de importação sobre diversos produtos essenciais. A promessa é clara: baratear o custo da cesta básica e aliviar o bolso dos brasileiros. Mas será que essa medida realmente vai funcionar?
Veja o que pode ficar mais barato nos mercados
A decisão, anunciada pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Geraldo Alckmin, envolve a isenção total do imposto para produtos como:
Sardinha (hoje taxada em 32%)
Café (19%)
Azeite de oliva (9%)
Óleo de girassol (9%)
Biscoitos (16%)
Açúcar (14%)
Carnes (10,8%)
Milho (7,2%)
Massas e macarrão (14,4%)
Outras ações para reduzir os preços
Além da isenção de impostos, o governo promete medidas que podem deixar os alimentos mais baratos, como:
✅ Menos burocracia na fiscalização sanitária – Produtos de origem animal poderão circular entre estados sem a necessidade de inspeção federal.
✅ Reforço nos estoques reguladores – O governo vai comprar alimentos quando os preços estiverem baixos e vender quando subirem, evitando aumentos abusivos.
✅ Campanha para divulgar preços baixos – Parceria com atacadistas para indicar produtos em promoção.
✅ Pressão sobre os governadores – O governo quer que os estados reduzam o ICMS sobre a cesta básica.
Especialistas jogam um balde de água fria
Apesar do anúncio, economistas alertam que os impactos podem ser menores do que o esperado. Para Sérgio Vale, da MB Associados, a medida pode ser mais marketing do que solução real.
"O Brasil já produz muitos desses produtos, como carnes e café. Então, zerar a alíquota de importação não deve ter um grande impacto nos preços", explicou.
Já a economista Juliana Inhasz acredita que a mudança pode trazer um pequeno alívio, mas não resolverá o problema. "Se não atacarmos questões como a alta do dólar e a baixa oferta interna, os preços continuarão pressionados", disse.
E os empresários, o que dizem?
O setor produtivo está dividido. Para Roberto Perosa, presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), o preço da carne pode cair até 10% com a isenção.
Já Evandro Gussi, da Associação Brasileira da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), vê a medida com cautela. "Para produtos já importados, o impacto será imediato, mas para os que não têm histórico de importação, o efeito ainda é incerto", afirmou.
Preços vão realmente cair?
A resposta ainda é incerta. O governo garante que sim, mas especialistas alertam que a queda pode ser passageira. No fim das contas, a única certeza é que o consumidor precisará ficar atento para ver se o desconto chega, de fato, às prateleiras.