Sete governadores anunciaram nesta quinta-feira, 30 de outubro, a criação do Consórcio da Paz, um projeto de cooperação entre estados para fortalecer o combate ao crime organizado. O grupo pretende compartilhar informações de inteligência, oferecer apoio financeiro e integrar forças policiais em operações conjuntas.
A iniciativa foi apresentada após a operação no Rio de Janeiro que deixou ao menos 121 mortos nos complexos do Alemão e da Penha. O encontro ocorreu no Palácio Guanabara, sede do governo fluminense.
Participaram da reunião os governadores Cláudio Castro (Rio de Janeiro), Romeu Zema (Minas Gerais), Jorginho Mello (Santa Catarina), Eduardo Riedel (Mato Grosso do Sul), Ronaldo Caiado (Goiás) e a vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão, representando o governador Ibaneis Rocha. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, participou por videoconferência.
O Rio de Janeiro será a sede inicial do consórcio e ficará responsável por coordenar o processo de formalização do grupo.
Segundo Cláudio Castro, o objetivo é integrar as ações e estratégias de segurança pública entre os estados.
> “Faremos um consórcio entre estados, no modelo de outros consórcios que já existem, para dividir experiências, soluções e ações no combate ao crime organizado”, afirmou o governador fluminense.
Embora o grupo tenha sido formado por gestores politicamente alinhados, Castro e os demais governadores ressaltaram que a intenção é incluir todos os estados da federação.
O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello, destacou que a violência é um problema nacional e precisa ser enfrentado de forma conjunta.
> “Vamos buscar integrar as 27 unidades da Federação, trocando experiências, apoio humano e logístico. Precisamos enfrentar essa onda de violência que atinge todo o país, não apenas o Rio de Janeiro”, disse Mello.
Escritório emergencial de segurança
Um dia antes, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, e o governador Cláudio Castro haviam anunciado a criação de um escritório emergencial de enfrentamento ao crime organizado no Rio. O objetivo é ampliar a integração entre os governos federal e estadual.
Lewandowski informou que o governo federal vai reforçar o efetivo da Polícia Rodoviária Federal em 50 agentes, além de enviar novos peritos e agentes de inteligência. O ministério também autorizou a transferência de dez presos para presídios federais de segurança máxima.
A criação do “Consórcio da Paz” marca uma nova tentativa de cooperação interestadual para combater o avanço do crime organizado em diferentes regiões do país.
