O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, afirmou nesta quarta-feira (29) que a Superintendência da PF no Rio de Janeiro foi procurada pela inteligência da Polícia Militar (PM) antes da megaoperação realizada nos complexos do Alemão e da Penha, mas a corporação entendeu que a ação “não era razoável” e decidiu não participar.
“Essa é uma operação do estado do Rio de Janeiro, e nós não fomos comunicados que seria deflagrada nesse momento. Houve um contato anterior, do pessoal da inteligência da PM com a nossa unidade do Rio de Janeiro, para verificar se haveria possibilidade de atuação. A partir da análise do planejamento operacional, nossa equipe entendeu que não era uma operação razoável para que a PF participasse”, declarou Andrei.
De acordo com o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, não houve comunicação formal sobre a operação, que deixou pelo menos 119 mortos, segundo as forças policiais, sendo considerada a mais letal da história do estado. A Defensoria Pública do Rio chegou a divulgar um número ainda maior: 132 mortos.
Segundo Andrei Rodrigues, a Polícia Federal avaliou que não possuía atribuição legal para integrar a operação.
“Naquela ação, que era do estado, havia mais de 100 mandados judiciais a serem cumpridos pela Polícia Civil e Militar. Não tínhamos atribuição legal para participar; portanto, não fazia sentido a presença da PF”, explicou o diretor-geral.
As declarações foram dadas após uma reunião no Palácio da Alvorada, convocada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para tratar da situação no Rio de Janeiro.
Também participaram o vice-presidente Geraldo Alckmin e os ministros Rui Costa (Casa Civil), José Múcio Monteiro (Defesa), Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), Sidônio Palmeira (Comunicação Social), Anielle Franco (Igualdade Racial) e Macaé Evaristo (Direitos Humanos e Cidadania).
O presidente da Embratur, Marcelo Freixo (PT-RJ), também esteve presente na reunião.
O governo federal informou que uma comitiva formada pelos ministros da Justiça, Igualdade Racial e Direitos Humanos, além do diretor-geral da PF, viajará ainda nesta quarta-feira (29) para o Rio de Janeiro.
Até o momento, não há previsão de ida do presidente Lula ao estado.