O governo de Goiás decretou estado de emergência em saúde após o aumento expressivo de casos e internações por síndrome respiratória aguda grave (SRAG). Segundo a Secretaria de Estado da Saúde (SES), o número de ocorrências está acima do esperado há sete semanas consecutivas. Desde o início do ano, o estado contabiliza 6.743 casos.

Entre os principais agentes causadores estão o vírus sincicial respiratório (VSR), com 1.486 registros, e o vírus da gripe (influenza), com 1.117 casos confirmados. Outros 680 episódios foram provocados por rinovírus e 306 por Sars-CoV-2, responsável pela Covid-19. Em todo o ano de 2024, Goiás havia registrado 7.477 casos de SRAG.

A SES informou que o decreto permitirá a implementação imediata de novos leitos clínicos e de UTI para atender pacientes com a síndrome. "Com o avanço dos casos, aumentaram também as solicitações de internação hospitalar, pressionando as taxas de ocupação de leitos", destacou a pasta em nota.

Entre janeiro e junho, foram feitas 10.676 solicitações de internação no estado, um aumento de 33,2% em relação ao mesmo período de 2024, quando foram 8.011. Apenas em maio deste ano, houve 2.406 pedidos, contra 1.767 no mesmo mês do ano passado. Além do governo estadual, 24 municípios goianos pediram ao Ministério da Saúde recursos para conversão de leitos de UTI adulto em unidades especializadas no atendimento a SRAG.

Cenário nacional preocupa

O alerta em Goiás reflete uma tendência nacional. Segundo a Fiocruz, o número de casos de SRAG no Brasil em 2025 é o maior dos últimos dois anos. Até o momento, mais de 110 mil registros foram contabilizados. Entre os casos analisados, 45,4% foram causados por VSR, 26,3% por influenza A, 8,6% por Covid-19 e 1,1% por influenza B.

No mês passado, Pernambuco também declarou emergência em saúde pública por conta da alta de SRAG. Em São Paulo, o governo estadual lançou um painel de monitoramento com dados atualizados sobre a síndrome. Desde o início de 2025, o estado já soma 34.972 casos. Somente em hospitais privados paulistas, as internações por SRAG cresceram 85% em junho.

O Ministério da Saúde acompanha o cenário e reforça a importância da vacinação contra a gripe e outras medidas preventivas, principalmente para crianças, idosos e pessoas com doenças crônicas.