Um vídeo publicado nas redes sociais pela dona de casa Janaina Maya reacendeu o debate sobre o formato de pagamento do Bolsa Família. Na gravação, ela sugere que o benefício, atualmente pago uma vez por mês, passe a ser dividido em duas parcelas — nos dias 5 e 20 — para facilitar o planejamento das famílias em situação de vulnerabilidade. A fala, no entanto, gerou forte repercussão e uma onda de críticas nas redes.
“Tem gente que não tem marido, tem um filho só, e recebe R$ 750. Como é que se vira com isso, recebendo só uma vez no mês?”, questiona Janaina no vídeo. Segundo ela, o pagamento quinzenal permitiria às beneficiárias maior controle financeiro para lidar com as despesas do dia a dia.
Apesar de seu argumento levantar uma questão legítima sobre a dificuldade de milhares de famílias em gerenciar o orçamento mensal, muitos internautas reagiram de forma negativa. As críticas variaram entre acusações de vitimismo até ironias que apontavam o trabalho como alternativa ao benefício. “Não tenho marido, tenho filha e não recebo Bolsa Família. Sabe o que eu faço? Trabalho”, comentou uma internauta. Outro escreveu: “Tem uma carteirinha azul chamada carteira de trabalho. Quanto mais você se esforça, mais ela te paga”.
Ainda assim, o vídeo também abriu espaço para reflexões mais profundas. Usuários defenderam políticas de capacitação profissional, inclusão no mercado de trabalho e aumento do acesso à educação como soluções mais eficazes para romper o ciclo de dependência dos programas de transferência de renda.
A fala de Janaina, embora alvo de polêmica, tocou em um ponto sensível: a realidade de muitas famílias que dependem do Bolsa Família para sobreviver e enfrentam dificuldade em distribuir os valores recebidos ao longo de todo o mês. O debate, agora, está posto — e segue dividindo opiniões entre pragmatismo econômico e sensibilidade social.